A terapia de reposição hormonal (TRH) com estrogênio e progesterona pode afetar o perfil lipídico de uma mulher. As alterações específicas então, podem depender de vários fatores, incluindo a forma de administração (oral, transdérmica, etc.), a dose e a combinação específica de hormônios. Abaixo estão as mudanças típicas observadas no perfil lipídico de mulheres que iniciam a TRH.
Efeitos dos Estrogênios no Perfil Lipídico
1. Aumento do HDL (Colesterol de Lipoproteína de Alta Densidade):
- Estrogênios, especialmente quando administrados por via oral, geralmente aumentam os níveis de HDL. O HDL é conhecido como “colesterol bom” porque ajuda a remover o colesterol das artérias.
2. Redução do LDL (Colesterol de Lipoproteína de Baixa Densidade):
- A TRH com estrogênio contudo, tende a reduzir os níveis de LDL, o “colesterol ruim”, que está associado ao aumento do risco de aterosclerose e doenças cardiovasculares.
3. Redução do Colesterol Total:
- Os níveis de colesterol total geralmente diminuem devido à redução do LDL.
4. Aumento dos Triglicerídeos:
- Estrogênios orais então, podem aumentar os níveis de triglicerídeos no sangue. Esse efeito é menos pronunciado com a administração transdérmica de estrogênio.
Efeitos da Progesterona no Perfil Lipídico
Os efeitos da progesterona no perfil lipídico contudo, podem variar dependendo do tipo de progestina utilizada. Assim, progestinas derivadas da testosterona podem ter efeitos diferentes em comparação com aquelas derivadas da progesterona natural.
1. Progesteronas Naturais e Derivadas da Progesterona:
- Estas tendem então, a ter um impacto neutro ou levemente positivo no perfil lipídico, não neutralizando completamente os efeitos benéficos dos estrogênios.
2. Progestinas Derivadas da Testosterona:
- Podem aumentar os níveis de LDL e diminuir os níveis de HDL, mas esse efeito é geralmente menor em comparação com os benefícios proporcionados pelo estrogênio.
Considerações Clínicas
- Via de Administração:
- A administração oral de estrogênios portanto, tem um impacto mais pronunciado no aumento dos triglicerídeos em comparação com a administração transdérmica. A via transdérmica pode ser preferida em mulheres com hipertrigliceridemia.
- Tipo de Progesterona:
- A escolha da progestina é importante. Contudo, progestinas naturais ou derivadas da progesterona são geralmente preferidas para minimizar efeitos adversos no perfil lipídico.
- Monitoramento:
- É importante monitorar o perfil lipídico antes e durante a terapia para ajustar o tratamento conforme necessário e minimizar os riscos cardiovasculares.
Conclusão
Em suma, terapia de reposição hormonal com estrogênio e progesterona geralmente resulta em aumento do HDL-C, redução do LDL-C e colesterol total, e um possível aumento dos triglicerídeos, especialmente com a administração oral de estrogênios. A escolha da via de administração e do tipo de progesterona pode influenciar significativamente o impacto no perfil lipídico, e uma abordagem personalizada é essencial para otimizar os benefícios e minimizar os riscos para cada paciente.