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Medicina do Estilo de Vida: é preciso praticar para poder aplicá-la ao paciente

*Lorena Lima Amato

Você já ouvir falar na Medicina do Estilo de Vida? É uma abordagem científica interdisciplinar que prioriza o uso terapêutico do estilo de vida para prevenir, tratar e, mais importante, reverter as doenças crônicas relacionadas ao estilo de vida, que estão cada vez mais prevalentes. A obesidade, por exemplo, atinge mais 500 milhões de pessoas em todo o mundo. Só no Brasil, cerca de 20% da população tem obesidade. O excesso de peso está presente em 60% dos brasileiros adultos. Essas estatísticas estão em elevação e em todas as faixas etárias.

Essa abordagem científica surgiu nos Estados Unidos e, em 2007, um dos pioneiros na área, o americano Edward Phillips, fundou o Instituto de Medicina do Estilo de Vida no Spaulding Rehabilitation Hospital e na Harvard Medical School para reduzir mortes e doenças relacionadas ao estilo de vida por meio de intervenções dirigidas por médicos aos pacientes.

Explico abaixo mais sobre essa abordagem, que começa a ganhar força aqui no Brasil.

Que tipo de ações envolvem a Medicina do Estilo de Vida?

A abordagem envolve o apoio na mudança de hábitos alimentares, manter atividade física regular, cuidar da qualidade do sono, saber estratégias para manejo do estresse, cultivar relacionamentos saudáveis, cessar uso do tabaco e drogas, prevenir abuso de álcool, além de outras modalidades não medicamentosas.

São orientações que ganham cada vez mais força na atualidade, mas agora com grande embasamento científico e prático, já que o médico deve ser o primeiro a adotar essas recomendações.

Quer dizer que para trabalhar a abordagem, o médico precisa ser um praticante assíduo?

Com certeza. O médico não só orienta os pacientes, mas é também um exemplo de suas orientações, o que torna a adesão do paciente maior.

Uma medicina baseada no estilo de vida traz que tipo de benefícios aos pacientes e médicos?

O principal objetivo deste novo ramo da Medicina é unir profissionais da Saúde com um foco em comum: a saúde do paciente sem pensar apenas na doença. A incidência da obesidade e da síndrome metabólica vêm aumentando no Brasil e no mundo e, diante desses fatores e da crescente preocupação da população com a saúde e a qualidade de vida, surge a importância da Medicina do Estilo de Vida. O objetivo principal é mostrar aos profissionais que a mudança do estilo de vida é capaz de reduzir as doenças crônicas no País.

Dentro da Endocrinologia, como é feita a Medicina do Estilo de Vida?

A mudança do estilo de vida é essencial para todos os aspectos tratados pela endocrinologia. A abordagem do sedentarismo e da alimentação, assim como fatores estressores ambientais e qualidade do sono são essenciais para o controle de doenças como obesidade e diabetes. Além disso, o equilíbrio hormonal do organismo depende de hábitos de vida saudáveis.

A Medicina do Estilo de Vida já é uma realidade no Brasil?

Sim, já existem diversos cursos e pós-graduação de instituições renomadas, mas inegavelmente ainda precisa crescer.

 

*Lorena Lima Amato é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

 

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