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Puberdade Atrasada

ATRASO PUBERAL

Qual é o período considerado normal pra acontecer a puberdade?

 

Entre 8 e 13 anos de idade em meninas e entre 9 e 14 anos de idade em meninos. A criança que após os 13 anos, quando falamos de meninas, ou após os 14 anos quando se trata dos meninos, e ainda não desenvolveu nenhum sinal de puberdade, pode ser considerada como tendo atraso puberal. 

 

Quais seriam então os primeiros sinais de puberdade?

 

O primeiro sinal de puberdade em meninas é aumento na velocidade de crescimento, o famoso “estirão da puberdade”, seguido do surgimento do broto mamário, que é o primeiro sinal do desenvolvimento das mamas. Já nos meninos o primeiro sinal da puberdade é aumento do volume dos testículos, que atingem 2,5 cm de diâmetro (equivalente a aproximadamente 4 mL), o estirão de crescimento ocorre no final da puberdade.

 

Chamamos o início do surgimento de pelos pubianos e axilares de pubarca, que ocorre, em geral, mais tardiamente em meninos que em meninas, e depende de outros hormônios como os produzidos pelas glândulas adrenais. 

 

Quais são as principais causas de atraso da puberdade?

 

As causas são principalmente as seguintes:

 

  • Retardo constitucional do crescimento e desenvolvimento (RCCD)
  • Hipogonadismo hipogonadotrófico
  • Hipogonadismo hipergonadotrófico

 

Abaixo eu explico melhor o que é cada uma dessas causas de atraso puberal:

 

Retardo constitucional do crescimento e desenvolvimento (RCCD)

É uma variação da normalidade, mais comum em meninos do que em meninas. Essas crianças tipicamente são mais baixas que os demais amigos da mesma idade, e têm atraso do desenvolvimento dos sinais da puberdade, mantendo o corpo com forma infantil por mais tempo, quando crianças da mesma idade já apresentam sinais de puberdade. Essas crianças frequentemente têm boa saúde, boa alimentação e a puberdade ocorrerá natural e espontaneamente acima dos 13 anos na menina e acima dos 14 anos no menino. A causa para isto acontecer não é conhecida. É muito comum que na mesma família haja mais familiares com o mesmo histórico.  Caso esse seja o diagnóstico feito, a conduta é aguardar, no seu tempo a criança se desenvolverá não havendo nenhum prejuízo nem em estatura. Quando a criança tem o um forte sentimento de inadequação, que a afeta psicologicamente, eventualmente podemos considerar indução da puberdade com hormônios.  

Hipogonadismo hipogonadotrófico

Nesses casos, ocorre uma deficiência de hormônios esteróides (testosterona em meninos e estrogênio em meninas) onde a causa não está nas gônadas (testículos e ovários, em meninos e meninas, respectivamente) mas na hipófise, pequena glândula que fica no sistema nervoso central e é responsável pelo estímulo hormonal de várias glândulas no corpo. No hipogonadismo hipogonadotrófico a hipófise não secreta as gonadotrofinas, LH e FSH, que são as responsáveis por estimular testículos e ovários para que estes últimos exerçam sua função hormonal. Nesses casos, tipicamente a crianças tem altura normal ou é um pouco mais alta, podendo ter hábito eunucóide (envergadura maior que a altura). As causas são diversas, podendo ser genéticas ou adquiridas (a Síndrome de Kallmann é um exemplo de causa genética já bem conhecida). 

Hipogonadismo hipergonadotrófico

Nesses casos, o atraso puberal ocorre devido a uma falha primária das gônadas, ovários ou testículos, que por algum motivo não conseguem fazer esteroidogênese de forma adequada. Há importante aumento das gonadotrofinas (LH e FSH), intensificando-se após os 9-10 anos de idade. O quadro clínico é de ausência da puberdade, numa criança com altura normal, ou até mais alta que as demais crianças da mesma idade. Demais características dependem da causa, que podem ser genéticas ou adquiridas (a Síndrome de Klinefelter é um exemplo de causa genética já bem conhecida).

E como é feito o tratamento do atraso puberal?

 

A indução puberal é feita com doses baixas de hormônios (estrogênios em meninas e testosterona em meninos) e acompanhamento se o desenvolvimento segue normalmente após este estímulo. Caso isso não ocorra pode se tratar de uma condição definitiva de hipogonadismo que deve ser tratada com a reposição hormonal por toda a vida.

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Dra. Lorena Guimarães Lima Amato

Clínica Médica e Endocrinologia 

CRM 141594 – RQE 50079



  • Médica pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (2009);
  • Formação em Clínica Médica pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP 2010 e 2011);
  • Formação em Endocrinologia pela pela Universidade de São Paulo (FMUSP 2012 e 2013);
  • Estágio no Brigham and Women’s Hospital vinculado a Harvard Medical School;
  • Doutora em Endocrinologia pela Universidade de São Paulo (tema: genética do hipogonadismo);
  • Especialista em Edocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e Endocrinologia pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP);
  • Endocrinologista do Instituto Amato – Hospital Dia;

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