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Há riscos em usar finasterida?

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A finasterida é um inibidor da enzima 5α‐redutase já aprovado para o tratamento da alopecia androgenética masculina desde 1997. Tem meia‐vida curta, entre 4,7 e 7,1 horas,  ou seja, o “tempo que ela fica no organismo” é curto. 

Ela é capaz de reduzir significativamente os níveis séricos, prostáticos e do couro cabeludo de diidrotestosterona (DHT), levando a redução da calvície. Além disso, eleva discretamente os níveis de testosterona, geralmente sem ultrapassar os valores laboratoriais de referência.

Tratamentos utilizando a finasterida

Assim, ao longo do tempo, vários estudos demonstraram se tratar de uma droga segura e bem tolerada, com efeitos colaterais raros e reversíveis. Tais como redução da libido sexual e do volume ejaculatório sendo mais comuns com a dose diária de 5 mg, usada nos casos da HPB.

Recentemente, têm surgido relatos de reações adversas relacionadas ao medicamento que persistiram por pelo menos três meses após a suspensão da droga. Assim, emergindo o termo síndrome pós‐finasterida, que engloba reações adversas persistentes nos campos sexual, neuropsiquiátrico e físico. 

Causa e efeitos adversos da finasterida pode ser psicológica

Contudo, há ainda a discussão se a causa dos efeitos adversos da finasterida não seria mais psicológica do que farmacológica devido ao impacto emocional e na autoestima que a própria alopécia seria capaz de acarretar e que isso serviria de fator de confusão na avaliação da ocorrência de sintomas psiquiátricos e sexuais em usuários de finasterida. 

Os estudos até o momento não permitem refutar ou confirmar a síndrome pós‐finasterida como uma condição médica ou doença reconhecida como uma entidade distinta com base em suas características clínicas, fisiopatológicas. Caso ela de fato exista, parece ocorrer em indivíduos susceptíveis, expostos mesmo que a pequenas doses e por curto período, cujos sintomas podem persistir por longa data. 

À elegibilidade dos pacientes ao tratamento

Por isso, é importante criar recomendações práticas em relação à elegibilidade dos pacientes ao tratamento com a finasterida. Bem como ao aconselhamento desses indivíduos sobre os possíveis riscos.

Deve-se avaliar com cautela o uso de inibidores da 5α-redutase em indivíduos com histórico prévio de depressão, disfunção sexual ou infertilidade, e a conduta deve ser individualizada.

Pela constatação que níveis mais baixos de certos hormônios esteroides relatados na literatura dentre os usuários da finasterida e que isso poderia explicar os sintomas. Sugeriu-se o uso de uma menor dose diária de finasterida em pacientes preocupados com efeitos colaterais.

O tratamento da síndrome pós-finasterida é complexo e muitas vezes baseado na gestão dos sintomas individuais. Alguns pacientes relataram alívio dos sintomas com terapias hormonais, antioxidantes, e abordagens como terapia cognitivo-comportamental para lidar com a ansiedade e depressão.

Considerações finais

Apesar de todas as dúvidas e temores diante dos relatos dos últimos anos, a finasterida ainda é considerada uma droga segura. Um estudo de farmacovigilância feito em 2015 demonstrou poucos relatos de efeitos colaterais persistentes relacionados à droga ao longo de 15 anos. Mesmo assim não foi possível estabelecer relação causal com o medicamento em muitos casos, uma vez que outros distúrbios estavam presentes. 

É crucial que qualquer pessoa que suspeite de ter a síndrome pós-finasterida procure assistência médica e avaliação por profissionais de saúde experientes. A discussão aberta com um médico e a compreensão dos riscos e benefícios do uso da finasterida são fundamentais antes de iniciar qualquer tratamento.

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